O famoso botânico sueco Lineu, que viveu há cerca de 250 anos,
devotou toda a sua vida ao mundo das plantas. Ele introduziu a ordem sistemática
de classificar as plantas da terra (as conhecidas naquela época).
Em 1729 ele escreveu o primeiro dos seus 180 livros sobre as plantas. No
ano seguinte começou suas palestras sobre as maravilhas das plantas
e flores, e deu-lhe nomes latinos. Estas denominações permaneceram
como nomes científicos para as diversas espécies de árvores
e outras plantas.
Quando foi nomear a árvore do cacau que nos dá os grãos
com o qual é feito o chocolate, Lineu chamou-a de
"Theo-broma" – que em latim significa "Alimento Divino".
Parece que Lineu foi inspirado pelas palavras do Tehilim – o Livro dos
Salmos – que descrevem o maná com o qual D'us alimentou os Filhos
de Israel quando eles vagaram 40 anos no deserto, até chegarem à
Terra de Israel.
"O Todo Poderoso ordenou as nuvens do Alto e abriu os Portões
do Céu. Enviou maná para eles comerem… o alimento dos
anjos o povo comeu" (Tehilim 78:23-25).
Segundo cientistas, o lar original do cacau ficava nas florestas da região
do Amazonas no Brasil, ou na região do Orinoco, na Venezuela. Ambos
são rios famosos na América do Sul. Colombo, que descobriu a
América, teve a oportunidade, durante sua 4ª viagem à América,
de conhecer os grãos de cacau, mas não lhes deu atenção.
O crédito por descobrir o cacaueiro para o mundo europeu cabe a outro
viajante espanhol, o conquistador do México – Hernando Cortez.
Ele chegou ao México em 1519, supostamente com intenções
pacíficas de desenvolver o comércio, e foi recebido com honras
pelo Imperador Montezuma dos astecas (os índios locais). O Imperador
era grande apreciador de uma bebida especial, que ele bebia em copos de ouro,
sempre novos. A cada vez que esvaziava um copo, ele o jogava fora, para mostrar
que valorizava mais a bebida que o ouro.
O Imperador ofereceu esta bebida ao visitante espanhol, que mais tarde relatou
que tinha um sabor forte, agridoce, que ele apreciou muito.
Hernando Cortez mais tarde aprisionou o Imperador e, gradualmente, conquistou
o México para o Rei da Espanha. Quando voltou à Espanha em 1528,
Cortez levou grãos de cacau para o Rei, apresentando-o no maravilhoso
chocolate líquido.
Cortez, que amava o dinheiro mais que a qualquer outra coisa, ficou muito
impressionado pelo fato de os grãos de cacau serem usados como dinheiro
pelos astecas. Um escravo podia ser comprado por cem grãos de cacau.
Vendo que este "dinheiro" literalmente crescia em árvores,
ele decidiu plantar esta árvore de dinheiro em diversas ilhas tropicais
que tinha capturado: Trinidad e Haiti na América Central, e a ilha
Fernando-Po, na costa da África Ocidental. O cacau foi transplantado
dessa ilha para o continente africano – em quatro países (Costa
do marfim, Gana, Nigéria e Camarões) que atualmente, são
os líderes no comércio mundial do cacau.
A Espanha foi o primeiro país na Europa onde o chocolate
quente tornou-se uma bebida favorita – primeiro nos círculos
aristocratas, depois de forma geral.
Durante cerca de 100 anos a Espanha teve o monopólio do comércio
de grãos de cacau, graças às plantações
de Cortez.
Nesse meio tempo, porém, esta deliciosa bebida tinha começado
a ficar conhecida em outros países da Europa Ocidental. Eles começaram
a plantar cacaueiros em suas próprias colônias tropicais onde
o clima era favorável.
Os ingleses tinham suas plantações nas Índias Ocidentais,
após terem capturados algumas dessas ilhas dos espanhóis, como
Trinidad, Jamaica, etc.
Em 1700 as "Casas de Chocolate" começaram
a competir com as "Casas de Café" em Londres. Uma xícara
de chocolate quente não era mais um luxo somente para os ricos. A revolução
Industrial e a invenção de diversas máquinas tornaram
possível a produção em massa, além de tornar os
produtos mais baratos, e o mesmo aconteceu com a indústria do chocolate.
A produção de chocolate foi então levada
da Inglaterra para o "Novo Mundo" onde em 1765, foi fundada a primeira
fábrica de chocolate em Massachusets, então colônia inglesa,
que ainda hoje é chamada de Nova Inglaterra. Desde então, o
chocolate quente se tornou uma bebida preferida também na América
do Norte.
Os holandeses plantaram cacau nas suas colônias no Extremo Oriente,
nas ilhas das Índias Orientais (atual Indonésia). Com o tempo,
Amsterdã se tornou o centro de importação de cacau na
Europa. Atualmente, cerca de 15% da produção mundial de cacau
passa por Amsterdã. A metade é para a sua própria fabricação
de chocolate, e o restante vai para os outros países
da Europa.
Em 1828, um fabricante holandês de chocolate, Conrad van Houtten, descobriu
um método de extrair a gordura dos grãos de cacau moídos,
e transformá-la em manteiga de cacau. Então ele pressionou o
líquido até que pedaços duros de cacau permaneciam inteiros.
Isso ele moeu e transformou num pó, que se dissolvia facilmente na
água quente, criando uma bebida boa, suave e saborosa, que podia ser
tornada mais doce com a adição de açúcar. No entanto,
comer chocolate em pedaços só se tornou popular
20 anos depois em 1847, quando uma firma inglesa, Fry and Sons (que mais tarde
se associou à famosa Cadbury) começou a produzir chocolate doce
em barras para comer (e não apenas chocolate em pó
para beber), misturando o cacau moído com manteiga de cacau e açúcar.
Em 1875, um fabricante suíço de chocolate criou uma barra de
chocolate ao leite, usando leite fresco. Desde então
numerosas fábricas de chocolate em diferentes países desenvolveram
diversos tipos de chocolate – doce, meio-doce, amargo,
com leite ou sem leite, com ou sem nozes, licor e sem licor, e inumeráveis
tipos de chocolates para satisfazer a todos os paladares.
Numerosos chocolates casher também são fabricados
– chocolate milchik (ao leite) "Chalav Yisrael" e parve, para
que crianças e adultos judeus possam apreciar um pedaço de chocolate
de vez em quando, não esquecendo de fazer uma berachá (bênção),
agradecendo a Hashem "por cuja palavra tudo veio a existir". E certamente,
a bênção – que é "alimento" para
a alma – é recitada com a mesma doçura e alegria que a
pessoa sente ao apreciar o maravilhoso sabor do chocolate – que afinal,
é somente alimento para o corpo.
Fonte: www.chabad.org.br
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